O que há de novo para o tratamento do Parkinson

Novas pesquisas e estudos sobre o tratamento do Parkinson são divulgados com frequência cada vez mais crescente, renovando as esperanças dos pacientes e familiares. Essas descobertas promissoras coincidem com um aumento significativo da qualidade de vida dos portadores da doença. Vamos repercutir aqui algumas das mais recentes.

Voltando a caminhar sem medo

Um tratamento inovador realizado pela Western University, do Canadá, está se revelando capaz de devolver os movimentos a pacientes de Parkinson com dificuldades para a marcha. O implante de eletrodos criado pelos pesquisadores produz uma estimulação elétrica na espinha dorsal, que ajuda a fortalecer a troca de sinais de instrução entre o cérebro e as pernas, restabelecendo a mobilidade e a capacidade de andar.

Os exames mostram que, após alguns meses de tratamento, as áreas do cérebro que controlam os movimentos são reativadas. Dessa forma, pacientes que convivem há mais de 15 anos com a doença e não conseguiam mais caminhar, agora se sentem seguros e habilitados a fazer passeios no shopping – e até viajar.

Tremores sob controle

Outro tratamento recém-descoberto é um neuroestimulador desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O dispositivo monitora a atividade elétrica do cérebro e fornece a energia adequada para estimular determinadas regiões.

O Parkinson é provocado, entre outros fatores, pela morte de neurônios responsáveis pela produção de dopamina. A falta desse neurotransmissor pode provocar sintomas como os tremores. O tratamento mais utilizado atualmente consiste em ministrar uma substância similar à dopamina para evitar que o portador da doença apresente os movimentos involuntários.

O problema é que, nesse procedimento, a estimulação é limitada e invariável. Assim, ela pode ser adequada em determinados momentos e, em outros, não. Com o novo tratamento, apelidado de “marca-passo para o cérebro”, é possível identificar a necessidade ideal de estímulos e controlar os tremores. Até o momento, o método foi testado apenas em chimpanzés, mas os resultados são bastante promissores.

Medicação mais barata

A fitoterapia também surge como uma nova possibilidade de controlar a doença e, sobretudo, reduzir o custo do tratamento. Um estudo realizado por cientistas italianos revelou que a planta Mucuna Pruriens possui quantidades significativas do princípio ativo da levodopa, droga sintética usada para regular os sintomas do Parkinson. Isso significa que, num futuro próximo, as cápsulas naturais podem ser uma alternativa para quem não tem condições de comprar o remédio.

Nova droga para deter a doença

Também há novidades no sentido de dificultar a progressão da doença. Uma medicação experimental desenvolvida e testada pelos pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, está obtendo sucesso ao conseguir retardar o avanço do Parkinson e atenuar seus sintomas, como os tremores, a demência e a rigidez muscular. O fármaco, chamado de NLY01, é capaz de deter a degeneração neuronal, protegendo as células-alvo do sistema nervoso.

A permanente busca da ciência por novos recursos terapêuticos para tratar a doença de Parkinson traz alento, esperança e representa um ganho expressivo para os pacientes, que podem desfrutar de uma vida cada vez mais normal.