Os tremores e os sintomas não motores do Parkinson

Sempre que ouvimos falar em Doença de Parkinson, logo pensamos em: tremores. Não é para menos: essa é uma das manifestações mais associadas à doença pelas pessoas em geral, ao lado da rigidez física, lentidão dos movimentos e desequilíbrio. Todos eles fazem parte do que convencionou-se chamar de “sintomas motores do Parkinson”.

É preciso lembrar, no entanto, que cerca de 1/3 dos pacientes com Parkinson não apresenta o “tremor de repouso”, denominado dessa forma porque é mais evidente quando a mão está parada. Em geral, essa manifestação desaparece rapidamente quando a pessoa realiza uma atividade voluntária.

Os tremores são causados pela morte das células nervosas em uma região da massa cinzenta do cérebro. Mas esses movimentos involuntários também podem ser desencadeados pelo uso de medicamentos ou ter outra origem. Por isso, é fundamental investigá-los para evitar avaliações precipitadas. Pode não ser Parkinson.

É importante ressaltar que o Parkinson também apresenta sintomas não motores, como depressão, diminuição do olfato e distúrbios do sono. Um estudo da Universidade College London, realizado durante 16 anos, apontou que essas alterações podem surgir antes mesmo dos sintomas motores – em alguns casos, com até 10 anos de antecedência ao diagnóstico de Parkinson.

Essa ampla gama de sintomas comportamentais e neuropsiquiátricos pode acometer potenciais portadores de Parkinson em diferentes níveis – e até mesmo não se manifestarem. Ou seja: assim como os sintomas motores, os não motores também não são iguais em todos os pacientes. Por isso o diagnóstico do Parkinson é tão particular.

Mesmo considerando que a detecção precoce da doença é importante para uma melhor qualidade de vida, essas manifestações pré-motoras devem servir apenas como “pistas” sobre a enfermidade. Elas não são suficientes para definir um diagnóstico de Parkinson. Para isso, é essencial que haja sintomas motores em conjunto.

Independentemente do grau da doença, há hoje tratamentos avançados que controlam a evolução do quadro, aliviam os sintomas e possibilitam que os pacientes se mantenham em atividade e com uma qualidade de vida satisfatória por muito tempo.

Conheça alguns dos principais sintomas não motores:

  • Depressão
  • Perda de olfato
  • Ansiedade
  • Distúrbios do sono
  • Disfunção erétil
  • Constipação
  • Alterações cognitivas, como falta de concentração e memória